Relatório da OIT afirma que a Globalização falhou na luta contra a pobreza
O crescimento económico mundial não está a gerar novos e melhores empregos, capazes de contribuir para a redução da pobreza, segundo um Relatório publicado no dia 9 de Dezembro, pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Esta tendência mundial manifesta-se porém de forma diferente em algumas regiões do mundo ao considerar indicadores como a criação de empregos, a produtividade, as melhorias salariais e a redução da pobreza.
A quarta edição da publicação Indicadores Chave do Mercado de Trabalho revela que actualmente, a nível mundial, metade dos trabalhadores não conseguem auferir os rendimentos que permitam, a eles e às suas famílias, superar o limiar da pobreza, que se cifra em dois dólares americanos por dia.
O estudo revela que, embora em algumas regiões da Ásia a expansão económicas esteja a promover um crescimento sólido do emprego e a melhoria das condições de vida, em outras regiões, como em África e algumas partes da América Latina, observa-se o crescimento do número de pessoas que trabalham em condições menos favoráveis, especialmente no sector agrícola.
No último decénio o número total de trabalhadores que vivem com menos de dois dólares por dia não diminuiu e continua a ser de 1380 milhões, embora proporcionalmente ele seja pouco menos de 50 por cento do emprego mundial, o que implica uma descida em relação a 1994, em que era de 57 por cento.
O estudo salienta que, em muitas regiões em desenvolvimento, o problema radica essencialmente na falta de oportunidades de trabalho decente e produtivo e não no desemprego. As mulheres e homens trabalham duramente e com horários prolongados a troca de muito pouco, uma vez que sem trabalho não receberiam pagamento algum.
“A mensagem principal é que até agora a questão da segurança no emprego e dos salários dos trabalhadores no mundo não tem sido uma prioridade no momento de conceber as políticas” afirma Juan Somavia, Director Geral da OIT. “A globalização ainda não criou oportunidades suficientes de emprego decente e sustentável no mundo. Isto tem que mudar, e muitos dirigentes estão cada vez mais conscientes da necessidade de conseguir que o trabalho decente para todos seja um aspecto central de todas as políticas económicas e sociais. Este Relatório é um instrumento de que podem servir-se para atingir este objectivo”.
Nota de imprensa da OIT : http://www.ilo.org/public/spanish/bureau/inf/pr/2005/48.htm
OIT/Indicadores-chave do mercado de trabalho (KILM): http://kilm.ilo.org/2005/press
Sem comentários:
Enviar um comentário