Portugal estuda ‘pólos de competitividade’
As abordagens ‘difusionistas’, apesar de já contarem com um longo debate teórico, encontram agora novas abordagens e aplicações. Se em meados do século XX eram os distritos industriais que marcavam o compasso dos modelos de desenvolvimento, na actualidade a reorganização da política económica e de desenvolvimento regional vira-se para a aposta em projectos empresariais em Investigação e Desenvolvimento (I&D) e para a constituição de redes marcadas por um forte investimento em tecnologia e inovação.
A ‘nova política industrial francesa’, seguindo as linhas de força da Estratégia de Lisboa, prevê a criação de 66 pólos de competitividade – 16 pólos mundiais e 50 pólos regionais. Cada pólo é uma parceria entre três actores principais – empresas, centros de investigação e centros de formação, que visa o desenvolvimento de projectos inovadores. A título de exemplo, França criou o sistema GSM, que permite a utilização de telemóveis no continente europeu.
Apesar de as estatísticas serem desfavoráveis a Portugal – que investe somente 0.77% do PIB em inovação (um valor que é menos do que metade da média comunitária) – o governo português propõem-se investir 1500 milhões de euros entre 2006 e 2008 na criação de uma rede de pólos de competitividade. A ideia de base é criar um programa de desenvolvimento económico, baseado em alta tecnologia, emprego qualificado e sectorialmente diversificado.
Para além do lançamento deste projecto, os primeiros-ministros francês e português afirmaram que Paris e Lisboa tencionam aproximar os respectivos pólos de competitividade, nomeadamente no domínio dos transportes ferroviários e nas tecnologias de informação.
Susana Cabaço
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